Three Cute Cherries

quarta-feira, 5 de março de 2014

Saiba como manter as bactérias longe da cozinha


Foto de frutas mofadas
Pesquisadoras da UnB mostram como evitar que bactérias se multipliquem nos alimentos.

Um verdadeiro criadouro de fungos e bactérias pode ter se instalado na cozinha de sua casa. Mantê-la completamente livre dos microrganismos é humanamente impossível – segundo estudiosos, nem mesmo a sala de cirurgia de um hospital confiável consegue ficar totalmente limpa. Mas os riscos de contrair uma infecção por bactérias que causam doenças podem ser reduzidos em até 99% se algumas práticas cotidianas passarem a ser adotadas. As dicas são das pesquisadoras do Laboratório de Higiene de Alimentos do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB) Yolanda Silva de Oliveira, Maria Cláudia da Silva
e Adriana Pereira de Lima. 

Para as especialistas, é importante as donas de casa perceberem que higiene de alimentos não se reduz apenas à limpeza, mas a todos os processos que evitam a contaminação da comida. “Isso inclui o momento da compra, o cuidado com os atos de congelamento e cozimento, e claro, a limpeza em si”, diz a professora Yolanda, que chefia o laboratório. As principais dicas foram reunidas nos tópicos abaixo:
 
LIMPEZA – Esqueça os panos de secar a pia. De preferência, aposente até o pano de prato. Esses tecidos apresentam condições ideais para as bactérias se proliferarem, principalmente quando ficam úmidos por muito tempo. As pesquisadoras da UnB sugerem em substituição a ele, o uso do rodo de pia, de toalhas de papel para secar as mãos durante o preparo de alimentos e do escorredor de pratos.

Outro material que deve ser abolido da cozinha é a madeira, que tem de ser substituída pelo plástico branco. Portanto, a velha colher de pau, a tábua de carne e até o rolo de macarrão precisam ser trocados. “A madeira acumula matéria orgânica e absorve umidade, o que é favorável para a multiplicação das bactérias. Além disso, não há como desinfetar objetos a base de madeira porque a umidade fica retida neles”, explica Adriana.

Na hora de lavar a louça, lembre-se que o detergente apenas desengordura o utensílio, mas não mata os germes. A morte dos microrganismos se dá com água recém fervida ou com o uso de cloro, encontrado nas águas sanitárias. Não se esqueça de olhar no rótulo do produto a quantidade recomendada para essa limpeza. “Em casa,  esses cuidados são indicados apenas em situações especiais, como por exemplo com criança pequena, idoso ou doente”, defende. Ela também propõe que o ideal é lavar primeiro os copos, para que a gordura dos pratos e panelas não passe para eles pela esponja, e que esta última deve ser trocada em média depois de uma semana de uso

PREPARO – Não precisa nem dizer que as mãos de quem prepara os alimentos devem estar sempre limpas. Para isso, além de lavá-las constantemente, evite usar a lixeira de pia. Fatalmente, você vai precisar abrir a tampa e contaminará as mãos ao encostar na sujeira. Pelo mesmo motivo, opte sempre pelos lixos de pedal na cozinha.

Evite também os ovos crus. Alguns deles apresentam na gema a bactéria Salmonella, que provoca infecção intestinal. Como não é possível saber qual possui esse microrganismo, não dá para se arriscar ao fazer maionese caseira ou ovo frito com gema mole. Para se prevenir, também esqueça aquele glacê preparado com a clara batida – existem casos de infecções provocadas por esses merengues em bolos de casamento e até de festa infantil.

Não use vinagre para desinfetar frutas e verduras, o produto não é recomendado para essa função. Nesse caso, a melhor opção é a água sanitária. Mas fique atento, existem vários tipos desse produto a venda no supermercado e nem todos podem ser usados em alimentos. É preciso ler o rótulo antes para saber qual é o indicado. Além disso, siga à risca as instruções sobre a quantidade de água a ser aplicada, ou sua família pode correr o risco de sofrer uma intoxicação.

Outra dica importante é não servir carnes mal-passadas. Elas podem conter bactérias. No caso da carne de frango, ficar atento, pois eles só ficam prontos quando começam a soltar do osso. Em geral, o ideal é comer o alimento preparado na hora. Mas, caso a sua família não almoce reunida, evite deixar a comida por muito tempo em cima do fogão. “Se a refeição ficar muito tempo à temperatura ambiente, pode haver a multiplicação de bactérias que estragam o alimento ou causam uma infecção gastrointestinal.”, ensina Maria Claudia. Por esse mesmo motivo, não se deve comer o alimento frio ou morno. Por exemplo, o arroz retirado da geladeira deve ser completamente aquecido, praticamente até ferver.

GELADEIRA – Ela diz que quando a comida fica morna, é preciso reaquecer ou então guardar em potes plásticos na geladeira. Não é preciso esperar a comida esfriar para guardar na geladeira. “Isso era feito antigamente porque as geladeiras não davam conta de refrigerar o pote quente. Hoje, não é mais necessário e ainda é mais recomendado guardar a comida ainda quente, que não dá tempo para as bactérias ficarem na temperatura ambiente”.

Na geladeira, os alimentos devem ser guardados na posição correta. Produtos prontos para ser consumidos devem ficar nas prateleiras de cima; os quase prontos, ou seja, aqueles que vão precisar ser cozidos antes do consumo ficam no meio; e os alimentos crus (carnes ,frango) que serão descongelados devem ser colocados na prateleira de baixo. “Isso serve para que um alimento que esteja descongelando  não possa contaminar aquele pronto para consumo”, esclarece Yolanda.

Ela também explica que as vasilhas de comida que vão à geladeira não podem estar muito cheias, nem completamente cobertas por um pote colocado sobre elas. Caso os potes tenham o mesmo tamanho, o ideal em vez de empilhados é que eles sejam colocados em formato de cruz. Isso evita que o alimento demore a esfriar e que as bactérias cresçam. E, deixe a preguiça de lado: não guarde a panela de comida na geladeira porque ela não veda direito e é difícil refrigerar. Também não demore para guardar os produtos perecíveis após chegar do supermercado.
 
DESCONGELAMENTO – O descongelamento da comida (frango, carne etc.) deve ser feito dentro da geladeira. Evite deixar à temperatura ambiente durante toda a noite ou então descongelar na água. Em situações de emergência, é preferível preparar o alimento congelado, tomando cuidado para que ele seja totalmente aquecido, até mesmo o centro, que costuma demorar mais.

COMPRA – Na hora das compras, outras dicas são importantes. Ao adquirir um produto, é indispensável prestar atenção na sua procedência. Leia sempre os rótulos, verifique nas embalagens a data de validade e confira os carimbos de aprovação dados pela Vigilância Sanitária ou outro orgão fiscalizador como Departamento de Defesa Agropecuária e Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal (Dipova), Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) ou Serviço de Inspeção Federal (SIF) . Exemplo: nas carnes, o carimbo é roxo.

Evite as latas que estejam amassadas, estufadas ou enferrujadas. Já as comidas refrigeradas no supermercado devem ficar numa temperatura abaixo de 5ºC. Quanto aos congelados, o ideal é que eles estejam completamente duros e as caixas não podem estar molhadas ou deformadas.

“Quando você encostar no produto, não pode sentir nada mole e também não pode ter sangue envolta das carnes, pois significa que em algum momento ela foi descongelada e isso cria condições de temperatura para as bactérias se multiplicarem”, afirma Adriana. Alimentos perecíveis devem ser os últimos a entrar no carrinho. Isso vale para frangos, queijos, congelados e refrigerados em geral. Aquelas que costumam passar no supermercado antes de buscar os filhos na escola ou praticar alguma outra atividade, devem ter sempre no carro um isopor com gelo ou uma bolsa térmica para conservar a temperatura dos alimentos. Essa é a maneira de evitar que os microrganismos se desenvolvam à temperatura ambiente.

Fonte e contato: 
Maria Claudia da Silva, Yolanda de Oliveira e Adriana de Lima pelo telefone: (61) 3307.2547 ou pelos e-mails  mariaclaudia@unb.br,yolanda@unb.br ou nut@unb.br.
(Texto produzido pela Assessoria de Comunicação Social da UnB)

Imagem: Roger McLassus - www. commons.wikimedia.org


ATENÇÃO: A responsabilidade deste artigo é exclusiva de seu respectivo autor (fonte ou fontes).

domingo, 2 de março de 2014

ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO PARA O CARNAVAL

A partir desta sexta-feira(28/02), os brasileiros encaram um tipo diferente de maratona: a do carnaval. Os ingredientes para o sucesso são muito parecidos com os da prova de rua: alimentação e hidratação adequadas, calçado confortável e roupas leves vão ajudá-lo a cruzar inteiro a linha de chegada depois de quase cinco dias de folia!
Como os termômetros estão lá em cima, e a agitação do carnaval aumenta ainda mais as temperaturas, a ingestão de líquidos deve ser prioridade. E não vale beber tudo em cerveja (o álcool provoca ainda mais desidratação). O correto é alternar com muita água, sucos naturais, água de coco e até as bebidas esportivas, que, além da água, repõem a perda de eletrólitos e carboidratos.

Confira a seguir dicas importantes para você aproveitar o carnaval sem quebrar pelo caminho:
- Aumente o consumo de água. O calor intenso somado ao esforço de sambar e pular aumenta a transpiração, o que faz com que se perca mais líquidos e sais minerais. Atenção para dores de cabeça, fraqueza, cãibras e tontura, que podem ser sinais de desidratação.
- Ingira alimentos leves e energéticos. Em pequenas quantidades e maior frequência – cuidado para não se empolgar demais na folia e ficar muitas horas sem comer. Alimentar-se corretamente ajuda a manter a energia alta e evita a fadiga, coma frutas, sanduíches naturais, saladas, sucos e água de coco.
- Complemente a hidratação com alimentos ricos em água. Algumas frutas possuem alto teor de água, como a melancia, por exemplo. Se você come uma fatia, que é composta por 90% de água, a quantidade a ser consumida em líquido diminui.
- Bebidas esportivas liberadas. Compostas por água, eletrólitos e carboidratos, essas soluções isotônicas ajudam a evitar a desidratação e ainda deixam sua energia lá no alto, diminuindo a sensação de cansaço. Mas não exagere: O consumo desnecessário pode trazer problemas como a ingestão excessiva de sódio e, por conter carboidratos, estimular o ganho de peso.
- Álcool com moderação. A dica para aproveitar o carnaval é beber moderadamente e intercalar a bebida alcoólica com água ou suco para evitar a desidratação. Jamais beba de estômago vazio, pois o álcool age mais rápido no organismo e acelera a intoxicação.
- Evite a hipoglicemia. A ingestão de bebida alcoólica e os longos períodos em jejum podem fazer cair os níveis de açúcar no sangue. 
- Afaste-se da intoxicação alimentar. Cuidado ao comer em bailes, ruas e festas. Fique longe de alimentos com ovos, camarão ou maionese. Se o local tiver um aspecto duvidoso, não arrisque. Outro cuidado simples é lavar as mãos com frequência, muitas doenças podem ser evitadas assim.
- Acerte na fantasia. É importante fazer uso de roupas leves, confortáveis, e evitar ao máximo a exposição ao sol. Para curtir a festa durante o dia, não esqueça do protetor solar!
- Só no detox. Se o resultado final da folia for o famoso “pé na jaca”, para dar uma ajuda ao fígado e desintoxicar, coma alimentos antioxidantes, como frutas cítricas, castanhas, vegetais verdes escuros e alaranjados. 

INTOXICAÇÃO ALIMENTAR

Entre as possibilidades de acabar sofrendo uma intoxicação alimentar, as refeições feitas fora de casa representam um risco potencial. Todos os dias estamos expostos a diversos corpos estranhos ao organismo, fazendo com que o nosso sistema imunológico esteja sempre em alerta devido à poluição do ar, o excesso de medicamentos, aditivos químicos, metais pesados, agrotóxicos entre muitos outros meios de contaminação.

No Brasil, o Ministério da Saúde faz a vigilância de surtos de DTA desde 1999 e há registro médio de 665 surtos por ano, com 13 mil doentes. A distribuição por locais de ocorrência (excluindo aquelas que acontecem em nossas residências) revelam que os restaurantes são o lugar de maior incidência.
Adaptado de: Nutrição Clínica Funcional: dos princípios à prática clínica; Surtos de Doenças Transmitidas por Água e Alimentos – Centro de Vigilância Epidemiológica;Ministério da Saúde.

sábado, 1 de março de 2014

Programas de Segurança

Legislação de Boas Práticas de Fabricação



As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e específico, voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de alimentos.

Legislação Geral

Resolução - RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 
Essa Resolução foi desenvolvida com o propósito de atualizar a legislação geral, introduzindo o controle contínuo das BPF e os Procedimentos Operacionais Padronizados, além de promover a harmonização das ações de inspeção sanitária por meio de instrumento genérico de verificação das BPF. Portanto, é ato normativo complementar à Portaria SVS/MS nº 326/97.
Portaria SVS/MS nº 326, de 30 de julho de 1997 
Baseada no Código Internacional Recomendado de Práticas: Princípios Gerais de Higiene dos Alimentos CAC/VOL. A, Ed. 2 (1985), do Codex Alimentarius, e harmonizada no Mercosul, essa Portaria estabelece os requisitos gerais sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos.
Portaria MS nº 1.428, de 26 de novembro de 1993 
Precursora na regulamentação desse tema, essa Portaria dispõe, entre outras matérias, sobre as diretrizes gerais para o estabelecimento de Boas Práticas de Produção e Prestação de Serviços na área de alimentos.

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle - APPCC

A Anvisa participa, conveniada ao Senai, do Projeto APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), desenvolvido para garantir a produção de alimentos seguros à saúde do consumidor.

Uma das ações do projeto é a criação do Sistema APPCC, que tem como pré-requisitos as Boas Práticas de Fabricação e a Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 sobre Procedimentos Padrões de Higiene Operacional (PPHO). Esses pré-requisitos identificam os perigos potenciais à segurança do alimento desde a obtenção das matérias-primas até o consumo, estabelecendo em determinadas etapas (Pontos Críticos de Controle), medidas de controle e monitorização que garantam, ao final do processo, a obtenção de um alimento seguro e com qualidade.

Técnicos das Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais e técnicos em empresas produtoras de alimentos recebem capacitação por meio de aulas e seminários oferecidos pelo Senai, com o apoio da Anvisa, e das Vigilâncias estaduais e municipais através dos CGEs (comites gestores estaduais). A participação nos seminários é gratuita.
O Sistema APPCC contribui para uma maior satisfação do consumidor, torna as empresas mais competitivas, amplia as possibilidades de conquista de novos mercados, nacionais e internacionais, além de propiciar a redução de perdas de matérias-primas, embalagens e produto.

O Sistema é recomendado por organismos internacionais como a OMC (Organização Mundial do Comércio), FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), OMS (Organização Mundial de Saúde) e pelo MERCOSUL e é exigido pela Comunidade Européia e pelos Estados Unidos. No Brasil, o Ministério da Saúde e o Ministério da Agricultura e Abastecimento já têm ações com objetivo de adoção do Sistema APPCC pelas Indústrias Alimentícias.