Three Cute Cherries

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Cerveja poderá ter sabor de mel e fruta

O conceito do que é cerveja está prestes a mudar oficialmente. Nesta quarta-feira, 22, o Ministério da Agricultura abriu consulta pública, por 60 dias, para um texto que deverá incluir dentro da categoria produtos que tenham em sua composição também "sabores" como mel, frutas, ervas e até leite.
A mudança na legislação atende a uma antiga reivindicação das microcervejarias, que respondem por 1% do mercado brasileiro de cerveja e, pelas regras atuais, não conseguem classificar alguns produtos como cerveja. ê uma resposta também a uma tendência de mercado, já que a bebida com sabor está nos bares e no varejo, mas não pode se assumir como cerveja, tendo de recorrer a subterfúgios como "bebida mista".
A tendência de adição de sabores à cerveja já chegou às gigantes do mercado brasileiro. No fim do ano passado, a Cervejaria Heineken fez da Kaiser Radler, que tem suco de limão em sua fórmula, um de seus produtos carro-chefe para o verão.
De acordo com Marcelo Carneiro, presidente da Associação Brasileira de Microcervejarias (ABM) e da Cervejaria Colorado, o número de lançamentos de produtos saborizados no mercado deve aumentar com a mudança na legislação. Ele diz que o reconhecimento das bebidas saborizadas feitas de malte como cerveja é uma reivindicação antiga das cerca de 350 microcervejarias brasileiras. A regra atual, embora seja relativamente recente, de 2009, sequer menciona o produto com adição de sabores.
Carneiro diz também que a mudança - que só deve entrar em vigor em 2015, pelos cálculos da associação - também viria para corrigir um descompasso em relação à concorrência com produtos saborizados importados, que já chegavam ao País identificados como cerveja.
- Antes o Brasil podia importar cerveja de fruta, mas não podíamos fabricar. A nova regulamentação repara essa injustiça - ressalta o empresário.
Outra questão que causava expectativa no mercado era relativa ao teor de malte por adjuntos cervejeiros não será alterada pela proposta do Ministério da Agricultura. O limite para mistura dos chamados "aditivos cervejeiros" - com o uso de cereais como milho e arroz, que seriam uma opção de corte de custos - continuará em 45%. Circulavam informações no mercado de que haveria interesse de grande cervejarias em aumentar esse porcentual para 50%.
Procurada, a Ambev, que domina cerca de 70% do mercado nacional, negou que esteja envolvida em qualquer campanha para aumentar o teor de outros cereais aos produtos. A empresa também afirmou que o teor de malte exigido no Brasil está em linha com os padrões internacionais.
Outra regra incluída no novo padrão para a produção de cerveja brasileira é a proibição de adição de álcool ao produto (além do produzido pelo próprio processo de fermentação do lúpulo).
A CervBrasil - entidade que reúne as fabricantes de cerveja no País - não quis comentar os detalhes da proposta, mas afirmou que o novo marco regulatório representa "um passo necessário à inovação do setor".
Fonte: Jornal de Santa Catarina em 23 de janeiro de 2014 

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